InforArtes: Relato da experiência de execução do projeto: Educação através das pinturas rupestres brasileiras

Aos dias 09 de novembro de 2011 desenvolvi na escola rural 15 de Junho Sede, o projeto interdisciplinar “Educação através das pinturas rupestres brasileiras” com duração de duas horas, ou seja, das 15:00 às 17:00h.

Às 8:15h me desloquei da zona urbana rumo a escola acima mencionada, localizada na Br364 sentido TK/CRZ, na comunidade do Acuraua. Chegando à escola preparei antes da chegada dos alunos os equipamentos (faixa com o tema do projeto, notebook, data show) organizados há dois dias e levados. Depois de instalar os equipamentos me dirigi à casa da professora Luceída, onde fiquei aguardando-a ir para a escola.

Às 13:30h da tarde a professora chegou na escola onde os alunos esperavam. Cheguei ao local juntamente com a professora e foi possível sentir o acolhimento dos alunos que me receberam muito bem.

Iniciei me apresentando e falando um pouco do que ia ser desenvolvido falando, ou seja, sobre o tema do projeto, em seguida perguntei aos alunos presentes se os mesmos já tinham ouvido falar sobre as pinturas rupestres brasileiras. Observei que nenhum dos alunos desconhecia os registros deixados pelos povos na pré-história. Desta forma, senti a necessidade de falar de forma breve um pouco sobre as pinturas rupestres brasileira, dizendo que eram os registros mais antigos que comprovavam a existência do homem a milhões de anos atrás, considerando também o fato das pinturas rupestres brasileiras servirem como uma forma de educação em uma era que a escrita era desconhecida e que a única forma de comunicação eram por intermédio das pinturas.

Em seguida dei continuidade fazendo a entrega do material impresso para que os alunos fizessem além de fazer o acompanhamento pudessem ficar com o material. Após a entrega projetei no notebook e data show o slide que produzi para a explicação teórica do tema em questão. Percebi que todos ficaram atentos ao conteúdo principalmente às imagens. À medida que o texto juntamente com as imagens ia sendo projetados ia explicando para que os mesmos compreendessem a parte teórica.

Durante a projeção das imagens questionava os mesmos sobre o significado de tal imagem, todos olhavam de forma atenta e as respostas às vezes se contradiziam. Entretanto explicava que cada imagem daquela era uma forma dos povos pré-históricos perpassarem seus costumes, fatos de seu cotidiano a outras gerações.

Depois da apresentação de slide perguntei aos alunos se eles haviam entendido o que tinha sido passado e explicado, alguns tiveram dúvidas sendo possível explicar de forma detalhada citando exemplos, alguns foram participativos outros ficaram com receio de participarem, porém falei aos mesmos que a participação deles era essencial para saber se eles haviam absorvido alguma aprendizagem sobre o que havia sido dado até o momento para que dessa forma pudéssemos dar continuidade.

Dando continuidade falei sobre a diversidade de recursos naturais existente na região para a produção das pinturas rupestres, citei como exemplo o barro, o sangue, os pigmentos extraídos das plantas e o carvão, que seria o que iríamos utilizar nas produções dos desenhos.

Falei um pouco sobre esse recurso que o homem pré-histórico utilizou em suas pinturas produzidas nas paredes das grutas em que habitavam e que a partir disto foi possível fazer uso desse recurso de forma simples para a obtenção do carvão a ser utilizado na produção de belíssimas obras de arte. Para que os alunos pudessem entender coloquei o vídeo disponibilizado na disciplina Ateliê 2, no qual mostrava a professora doutora Thérèse Hofmann mostrando passo a passo os materiais a serem utilizados na produção do carvão. Todos assistiram com muita atenção ao vídeo.

Depois da apresentação do vídeo falei sobre a facilidade que os mesmos tinham com relação aos materiais tendo em vista que eram materiais de fácil acesso e em abundância como era o caso dos galhos que poderiam ser utilizados. Alguns fizeram perguntas quanto que tipo de galhos poderia ser utilizado, falei que poderiam ser utilizados galhos de goiabeira, ingazeira, laranjeira, roseira, caju, enfim eles próprios poderiam estar experimentando os tipos que poderiam ser utilizados.

Após concluir a parte teórica iniciei atividade prática, explicando o que seria feito, expliquei a atividade seria baseada nas cenas do cotidiano do homem pré-histórico expresso através das pinturas rupestres brasileiras, ou seja, cada aluno iria retratar através de desenhos cenas do seu cotidiano, seus costumes. Todos entenderam a proposta e começaram a desenhar após a distribuição do carvão. À medida que passava pelas cadeiras dos alunos percebia pelos seus desenhos que realmente haviam entendido, percebia também que as produções retratavam cenas do cotidiano dos mesmos como, por exemplo, a ajuda nos afazeres do lar, da lavoura, da pesca, da caça ao animal, na caminhada à escola e muitas outras cenas. Depois que cada aluno terminava seu desenho ia colando no mural para que cada um observasse que era possível haver comunicação através dos desenhos produzidos por eles.

O desenvolvimento do trabalho foi muito satisfatório, tendo em vista que foi possível levar aos alunos um tema que os mesmos desconheciam e materiais que não são utilizados nas aulas. As metodologias aplicadas superaram minhas expectativas, pois os alunos que estavam tímidos acabaram participando. Os materiais didáticos também foram de grande importância para que os objetivos propostos fossem alcançados.

Depois da execução do projeto agradeci a presença de todos os alunos presentes e falei de forma breve sobre a importância da Arte no desenvolvimento dos mesmos, assim também como a inserção de materiais alternativos nas aulas de arte.

Em suma acredito que o projeto desenvolvido foi de grande importância, contribuindo na aprendizagem dos educandos sobre um assunto ainda não vistos por eles, além de levar ao conhecimento dos mesmos uma forma prática de trabalhar desenhos utilizando o carvão produzido com galhos de árvores.

Imagens da execução do projeto